segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Prazer, meu nome é rancor.

Um cenário estranho com pessoas tão iguais.
tão iguais.
Tudo iluminado,com modernas luzes aqui e ali.
Era bonito de se ver, era mesmo, e umas melodias muito remixadas e conhecidas pelo público.
Seriam elas,deveras e deveras tocadas repetidas vezes pelo estado afora?
Ah,foda-se.
Adoro ser o espectador das situações, ou da maioria delas.
Se bem que isso soa sempre como a covardia em pessoa.
Mas é interessante.
De longe vi pessoas agitadas,drogadas e bêbadas.
Normal.

O brilho nos risos.
Nos risos meu caro.

Interessante mais, era ver um cidadão estático durante todo um evento, em meio a esses risos, essas coisas efusivas, esses pulos de felicidade...

Eu vi uma estátua.
Ora olhava pro chão.
Ora olhava pra frente.

Mas sempre de braços cruzados, as pernas juntas, o olhar cisudo, como se tivesse sido modificado,
um robô.
Sem emoção.
Sem movimentação.
Sem pulos.
Sem risos.

Andróide.

e de longe ainda,
segurando minha cerveja na mão, e bebendo em goles rápidos, vi algumas lágrimas,ou melhor, vi ele segurar com os olhos toda a angústia e tristeza contida no momento.

aí eu concluí.
Esse cara é um robô.








"...Hoje eu sei
o que fazer pra perdoar você
há um motivo escondido no meu coração
que não se cansa de me machucar
e me lembrar
das coisas tolas e perdidas que você criou

sim pensei
como deixamos estender nossa desilusão
não deveria ter vivido tanto tempo assim
sem o teu amor
olha pra mim
eu já não sou mais o menino
que você deixou

mas o tempo
é um amigo precioso
que fica sempre observando aquele instante
em que alguém tentou se aproximar
mas o tempo
é um amigo precioso
que faz questão de jogar fora
aquela mágoa vencida que ficou

sofro
por não ter pensado em te dar um desconto
pus o rancor pra cuidar de tudo
e vi que a vida mudou num segundo
às vezes choro
pois sei que não posso deixar que o passado
invada meu mundo
lembrei do perdão
e vi nós dois
construindo um futuro."


( o tempo, cidadão instigado)



Catatau viu,
eu não.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Molotov Felino

Eu como dito,animal doméstico,não aceito nada do que é feito nesta bendita residência.Há começar pela sociabilidade da família.
Enquanto um dos meninos está em processo de evolução mental, o outro está em processo sentimental hibernativo, casa pra cozinha,cozinha para o quarto.
O tratamento para o qual me é dirigido também não é,e nunca,digo nunca me será um dos melhores, enquanto vejo minha mãe deitar-se pela areia e espalhá-la pela casa,eu prefiro manter sempre o meu silêncio. Um homem mais velho e o menino em evolução mental urram e urram como se fossem os bichos,(linda ironia) urram e constantemente nos assustam com suas brincadeiras infantis.
A mulher da casa,a dona dela, sempre me dá o carinho necessário,diria que sou mimado por ela até demais,e não me queixo.
É uma das partes boas dessa vida.
A única talvez para mim,que apanho constantemente da minha mãe por motivos dela, que eu total desconheço e pelo sadismo do menino evolutivo e um homem.

Meu irmão escolhe a madrugada inteira para conversar com o vácuo?
Aquele louco adora conversar com silêncio.

Logo se escutam os " cala boca porra"
normal,todos têm um sono.
outros não.
Meu irmão não.


Como pouco,
Falo menos ainda.
Bebo muita água.
Muita.
Durmo muito também.

Sinto leves de afagos da madrugada adentro pelo menino dos sentimentos hibernativos.
Ele é estranho.

A sociedade imposta na casa entre eles é uma espécie de monarquia,
parece que o homem mais velho domina e monopoliza tudo,
o menino evolutivo é um burguês,
o outro menino,o triste que se faz de forte é o rebelde do reino,
e a moça,ah,ela é a rainha , introspectiva ou não.

não sei dizer.


Sono demais, vou me deitar aqui no corredor.
Essa hora é uma das horas mais tranquilas,
é quando o chão está bem frio.

Boa noite.







(Visões de Apollo,o bichano socialista)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Desamarrota essa roupa.

Olha.
Me julguem por tudo,tudo.
Eu devo ter cometido mais um erro,e nada do que eu disser vai mudar.
Não espero que mude,ou espero.
Não me absolvam,as minhas palavras não são dignas.
Não me olhem nos olhos, a pupila anda tão dilatada que é capaz de se perderem.
Eu volto pra onde e de onde eu vim.
Não me segurem,
Não me dêem respostas,tampouco válidas a mim no momento passado e agora ainda.
Que apareçam novos espanhóis.
É uma e tem sido uma liquidação deles por aqui e acolá.
Eu sou culpado,eu sou o réu,deixe me ser julgado.
Juntem de exércitos contra mim,é válido,isso é.
Egoísmo.
Não,agora,
agora podem me deixar.
Podem.

Molusco sempre volta pra concha.
Na concha.



"Eu quero ser o matador das cinco estrelas
Eu quero ser o Bruce Lee do Maranhão
A Patativa do Norte,
Eu quero a sorte
Eu quero a sorte do chofer de caminhão;
Pra me danar por essa estrada, mundo afora
Ir embora,
Sem sair do meu lugar.
"

ah,como eu quero.



O vestibular passou, passei na primeira fase,o inferno da angústia ronda a todos que eu conheço.
todos.
Ainda espero passar o natal com meu pai.
Sonha.