quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Coração igual a um copo cheio d'água

Ontem de madrugada ligaram o colisor de hádrons,eu li pouco sobre a máquina,só sei que se chama alice e que os cientias querem definir o limite de tempo e explicar ( parece que definitivamente) a origem do universo.

Mas isso foi só pra começar o assunto,que não tem a ver com o resto do mesmo.
Ah,hoje tem jogo do brasil,e isto também não tem a ver com o assunto.

Eu andei pensando,e acho que vou escrever ( ou tentar ) um livro, uma bibliografia minha ou então um conto narrado.
Não sei explicar o que tenho,acho que é cansaço acumulado,algo degenerativo ( por mais horrível que isso possa soar). Ontem senti dores no coração de novo.As emoções tem me voltado,ou melhor,se voltado contra mim.
Uma simples ida ao banco,se tornou um passeio equivalente a ida na praia.

Tenho uma tese para o 'cansaço'...

Todos com certeza já viram um copo fundo e transbordando água por fora né?( é uma imagem muito simples,fácil de imaginar pra quem não lembra).
Uma vez ouvi de um médico(ouvi de dois na verdade,isso foi logo após a briga com a minha ex- alguma-coisa) que eu poderia morrer com um enfarto fulminante devido a certas emoções,tudo por causa do sopro no coração.
hsuashsuahashuasuhashhahhu

ouvir aquilo foi hilário no momento.
Meu humor negro havia falado mais alto,mais agora eu acho que entendo o que ele quis dizer.
Acho que o cansaço que tenho é por causa do amor que transbordou do meu coração ( isso ficou muito bíblico)a idéia disso seria totalmente contrária,seria a de eu ter muito amor para distribuir e blablabla.
Mas o peso disso ( com o qual parece que eu não sei lidar) está me afetando parece,e fisicamente também,as dores de ontem me provaram isso.

ah,besteira.


Espero que não tenha ficado muito complexo.

3 comentários:

Ana H. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana H. disse...

meu querido, não sei se vc se dá conta disso, mas vc mesmo (e isso está no texto) encontrou uma possível saída, uma possível linha de fuga, um meio.

vc diz "não sei explicar o que tenho, acho que é cansaço acumulado, algo degenerativo", "o peso disso...está me afetando", e clarice lispector diz assim:

"é preciso coragem. uma coragem danada. muita coragem é o que eu preciso. sinto-me tão desamparada, preciso tanto de proteção...porque parece que sou portadora de uma coisa muito pesada. sei lá porque escrevo! que fatalidade é esta?"

vc diz também que as emoções têm se voltado contra vc e fala de um amor que transborda. clarice pergunta,

"onde aprender a odiar para não morrer de amor?"


quanto à possível saída que acho que vc pode ter encontrado, ela dizia:

"escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada".


"minha liberdade é escrever. a palavra é o meu domínio sobre o mundo."


a receita pra não morrer na praia: encontrar algo que nos ajude a dar sentido a todo o resto (e o resto, aqui, é tudo).

então vai:
escreve uma auto-biografia,
um conto,
uma prosa,
um verso,
uma música,
uma carta,
um torpedo,
uma teoria,
o nome dela
no teu braço,
no espelho embaçado do banheiro,
na capa do caderno,
na árvore.

mas escreve.
que escrever salva a gente.

Abelardo gonzález disse...

cadê o outro comentário?